A inflação calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2011 em 6,50%, portanto, esse também será o índice de reajuste das aposentadorias e pensões de quem recebia até um salário mínimo.  Esse aumento começa a vigorar a partir de fevereiro de 2012.
O aposentado que recebe apenas um salário mínimo foi contemplado em janeiro com 14% de aumento, fixando seu rendimento mensal em R$ 622,00.
Todos os anos, por conta do reajuste diferenciado para as aposentadorias, quem recebe acima do piso do INSS tem um índice menor que aqueles que recebem um salário mínimo.
O segurado que se aposenta com um valor entre um e dois pisos vê o seu benefício se aproximando cada vez mais perto do piso. Em cinco anos, boa parte já estará recebendo o piso da Previdência Social. Hoje os segurados que recebem o piso representam 70% do total de beneficiários.
“Em pouco tempo, em 2016, serão 80%. E é isso que o governo quer. Essa regra de reajuste desigual está empurrando todo mundo para receber o piso. Não vai escapar ninguém”, prevê Warley Martins Gonçalles, presidente da Associação dos Aposentados.
Segundo ele, em 2012, com aplicação deste novo reajuste, o rolo compressor do achatamento das aposentadorias atingiu em cheio os segurados que se aposentaram entre abril de 2005 e março de 2006: exatamente, 988.282 brasileiros.
“Quem se aposentou naquele ano com um salário mínimo e meio (R$ 450,50), recebe cerca de R$ 560. Com o reajuste do INPC, de 6,50%, ele teria um benefício de R$ 595. Como não pode ficar abaixo do piso, ficam os R$ 622. Quer dizer, já é mais um que cai no piso”, explica Warley.
No exemplo exposto pelo presidente da Cobap, o segurado que recebia um salário mínimo e meio em 2005, passará a receber só um piso em 2012. Se fosse mantida a equivalência com o número de salários mínimos, o segurado deveria receber R$ 933.
“É uma diferença enorme. Concordamos que o salário mínimo deve ter uma política de valorização, pois é um instrumento importante de inclusão social, mas também é justo que os aposentados recebem um benefício digno”, defende Warley.
Em Catanduva, hoje com 27 mil beneficiários do INSS, passa a ter cerca de 18 mil pessoas recebendo apenas o salário mínimo.